Foi aprovado nesta segunda-feira (20), na Câmara de Cascavel, projeto de lei que institui a Semana de Conscientização sobre Parto Humanizado em Cascavel. De autoria dos vereadores Paulo Porto (PCdoB) e Fernando Hallberg (PPL), tem o intuito de proporcionar maior acesso às mulheres sobre seus direitos enquanto gestantes e autonomia para suas escolhas no momento do parto.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que apenas 15% dos partos sejam realizados por cesáreas. Mas, no Brasil, o “campeão mundial no procedimento”, o percentual chega a 84%, no sistema privado de saúde e 40% no SUS (Sistema Único de Saúde). A desumanização da saúde pública, a desinformação e preconceito ainda são barreiras a serem superadas para que esse quadro seja alterado.
Segundo as doulas, ao longo dos anos as mulheres deixaram de ser protagonistas do parto e desencorajadas a enfrentar o processo natural do parto. O vereador Paulo Porto (PCdoB) destaca que é ainda há muita desinformação sobre o tema e que é preciso levar esse debate para a esfera pública. “Precisamos pensar políticas públicas que caminhem nesse sentido de humanizar nossa saúde”. “O SUS precisa reconhecer as doulas como profissão. Precisamos pautar o debate e sociedade reconhecer a importância dessa função. Nosso objetivo é que a função das doulas seja reconhecida como política pública”.
Hallberg esclarece que o parto humanizado não é somente o parto normal. “Nosso objetivo é garantir que todas as gestantes tenham acesso a informação de seus direitos, autonomia para escolher entre fazer o normal ou cesária. Muito além do momento do parto, compreenderem e ter autonomia de escolha”.
Doulas
No ano passado a Câmara aprovou por unanimidade o projeto de lei que garante a presença de doulas durante o trabalho de parto e pós-parto nas maternidades, casas de parto e os estabelecimentos hospitalares e congêneres, das redes públicas e privada. Porém essa lei não está sendo respeitada por alguns hospitais da cidade, que seguem não permitindo o acesso de doulas em suas unidades.
As doulas são pessoas responsáveis por dar suporte físico e emocional à mulheres antes, duramente e depois do parto, por meio de tratamentos terapêuticos que incluem a utilização de óleos e essências fitoterápicos, pratica de exercícios e massagens, técnicas de relaxamento e respiração. Ela não pode, no entanto, realizar procedimentos exclusivos de profissionais da saúde, como diagnósticos médicos, mesmo se possuir formação na área.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde reconhecem e incentivam a presença da doula nos partos, por compreender que elas melhoram a qualidade dos serviços, reduzem os custos, uma vez que diminuem as intervenções médicas, diminuem o s casos de depressão pós-parto e aumentam os índices de amamentação.
Recomendações
A Agência Nacional de Saúde divulgou no ano passado novas regras para a realização de partos no Brasil. O objetivo da ANS e do Ministério da Saúde foi estimular a realização dos partos normais.
Confira as orientações:
* Ter um acompanhante da sua escolha antes, durante e depois do parto (Lei 11.108/2005);
* Ser orientada sobre o trabalho de parto com direito de: alimentar-se, caminhar, tomar banho quente, receber massagens, fazer exercícios na bola e no cavalinho;
* Pode escolher a posição que desejar parir: semi-sentada, deitada de lado, de quatro ou de cócoras junto com seu acompanhante, assistida por médico, enfermeira obstetra ou doula;
* O bebê deve ser colocado no colo da mãe logo após o nascimento, antes do cordão umbilical e antes de qualquer procedimento;
* A amamentação deve ser iniciada ainda na sala de parto, logo nos primeiros 30 minutos após o nascimento;
* Sem corte na vagina (episiotomia) a recuperação pós-parto se torna mais rápida, segura e mais confortável;
* Com o parto natural as complicações são menos frequentes e o tempo de internação e recuperação é menor.
Assessoria vereador Paulo Porto
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