Casa Dona Vani é declarada de utilidade pública

Nesta quarta-feira (14) foi aprovada por unanimidade na Câmara de Cascavel o Projeto de Lei 163/2017, de autoria do vereador Fernando Hallberg (PPL), que declara de utilidade pública a Associação Casa Dona Vani.

A Casa atende familiares e pacientes com câncer que vêm fazer tratamento em Cascavel e não tem onde ficar e não possuem condições financeiras de bancar uma acomodação enquanto precisam acompanhar seus familiares hospitalizados ou em tratamento.

Ao longo dos últimos três anos, a Casa já recebeu dezenas de pessoas de todo o Brasil e Paraguai que vieram se tratar em Cascavel, uma referência no tratamento de câncer para toda a região oeste e sudoeste do Paraná e ainda estados como Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Com sede na Rua Paraná, nº 6275, bairro Coqueiral, a casa de acolhimento funciona desde 2014 e é mantida por meio de doações da comunidade. Conforme explica o vereador Hallberg, “com a declaração de utilidade pública a Associação ficará isenta de alguns impostos municipais e também poderá receber subsídio público”.

Conheça a Casa

A Casa Dona Vani nasceu com a missão de prestar apoio aos acompanhantes de pacientes que se deslocam até Cascavel em busca de tratamento médico. O acompanhante encontra na Casa Dona Vani um local para pernoitar, fazes as suas refeições, lavar e secar suas roupas, fazer a higiene pessoal e pode permanecer no local enquanto durar o tratamento do paciente que ele acompanha.

A ideia de criar e manter uma casa de apoio neste modelo surgiu no encontro internacional das Equipes de Nossa Senhora, realizado no ano de 2012, em Brasília – DF. Participantes ativos do movimento das Equipes de Nossa Senhora, Claudia e Paulo Frantiozi, assistiram à palestra de Daniel Godry e sua esposa que detalharam a gratificante missão de criar e manter em Curitiba duas casas de apoio e acompanhantes. Claudia e Paulo sentiram-se motivados a repetirem em Cascavel esta experiência.

Retornando à Cascavel, Claudia e Paulo, preocupados em concretizar a ideia, contaram com a ajuda da ‘providência’, como contam. Inicialmente foi a compra da casa, oferecida pela Dona Vani e sua família, ao lado de um terreno que Claudia e Paulo já eram proprietários, facilitando assim a logística do novo empreendimento. Comprado o terreno financiado não havia dinheiro para reforma da casa, que foi paga com um carro ganhado em um sorteio por Claudia.
A citação bíblica “Desamarrem as sandálias e descansem”, surgiu também de outra inspiração. Angelita, filha da Dona Vani, atendendo a um pedido dela, deu à Claudia a chave da casa com um chaveiro no qual está estampada a frase que agora está na fachada da casa.

A estrutura física da casa conta com três quartos, cada um com quatro camas, podendo receber até doze pessoas simultaneamente, cozinha completa com fogão, geladeira, freezer, utensílios domésticos, onde os próprios hóspedes terão a oportunidade de prepararem as suas refeições. Os alimentos para serem preparados, através de doações, estarão sempre à disposição. Conta também com lavanderia com máquina de lavar roupas, varais, ferro de passar entre outros, sala com sofá e TV auxiliam no lazer e distração dos hóspedes, está sendo formada também, uma pequena horta para cultivo de hortaliças, que serão utilizadas pelos hóspedes.
O alimento espiritual é oferecido pelos diversos movimentos pastorais da comunidade, no entanto não é exigida a participação de ninguém nas orações. Além disso, a Casa estará aberta as demais religiões, além da católica, para quem deseja levar conforto e esperança aos hóspedes.

“A Casa Dona Vani é um lugar de esperança, um porto seguro para que pessoas fragilizadas, cansadas, possam encontrar um alento, um descanso e um pouco de conforto para o corpo e a alma”, afirma o autor do projeto, Fernando Hallberg.

Dona Vani

Ivani Terezinha Kunhen da Cunha (Dona Vani) foi casada com Antônio Maria da Cunha e mãe de quatro filhos: Angelita, Antônio Marcos, Carlos Alberto e Rosangela Aparecida. Participante ativa da comunidade católica, foi ministra extraordinária da sagrada eucaristia; coordenadora da pastoral da caridade; engajada na pastoral da esperança e coordenadora da equipe de cozinha. Infelizmente a partir do ano de 1982 começou a lutar contra o câncer. Em um período de trinta anos teve câncer de mama (que motivou a retirada das duas mamas em um período de dois anos), retirada da tireoide, câncer no antebraço, câncer no lado esquerdo do cérebro, retirada da bílis, câncer no pâncreas e abdômen. Inúmeras seções de quimioterapia e radioterapia. Porém, nada abalava a Dona Vani, sempre otimista, com uma fé extrema, renascia fortalecida de casa cirurgia de cada percalço sofrido. Após cumprir sua missão, faleceu no dia 8 de junho de 2012.

Assessoria de Imprensa/CMC