Nesta sexta-feira (21) reuniram-se no plenário da Câmara Municipal especialistas, representantes de universidades, entidades de classe e autoridades, com intuito de debater políticas públicas de prevenção ao suicídio em Cascavel.
Segundo o Ministério da Saúde, o Paraná registra dois casos de suicídio por dia, esse número significa 8% das mortes, e apresenta um crescimento significante entre jovens com idade de 10 a 29 anos. Esses dados são considerados recordes desde 1979. Segundo especialistas, as causas do suicídio são potencialmente tratáveis, e é por isso que a discussão precisa acontecer em todos os espaços públicos.
O proponente do tema, vereador Alécio Espínola (PSC), falou sobre a importância do debate acerca deste assunto ainda considerado “tabu”. “É um assunto cada vez mais presente na sociedade. Ao longo da minha vida, já fiz muitas palestras, porque trabalho com situações de prevenção a drogadição, e confesso que tenho saído triste de alguns lugares. O suicídio vem afetando de forma crescente nossas crianças e jovens, precisamos agir na prevenção para mudar esse cenário”.
O vereador Fernando Hallberg (PPL), ressaltou a relevância do debate entre os jovens nas escolas e no ambiente familiar. “É de extrema importância falar a respeito do suicídio, às vezes uma conversa pode mudar tudo, aliviar a dor, se colocar no lugar do outro, notar atitudes diferentes pode salvar vidas”.
O vereador Celso Dal Molin (PR), acredita que o tema é complexo. “É preciso atingir o coração das pessoas, onde estão os sentimentos que ela não revela, é muito importante falar sobre Deus, independente de religião, uma palavra de conforto, mostrar a ela a sua importância no mundo e para os demais”.
Entre 2011 e 2015, o número de suicídios cresceu 12% no Brasil. As estatísticas apontam que o suicídio é mais frequente entre jovens entre 15 e 29 anos, entre indígenas, no grupo dos idosos com mais de 70 anos, e proporcionalmente à população, na região sul do Brasil.
A psicóloga Tanara Dourado Voucher, representante do conselho Regional de Psicologia, relatou sobre os obstáculos que os adolescentes encontram de pertencimento, as cobranças excessivas, informações que chegam a todo tempo, de todos os lados e eles não sabem como lidar com tudo isso. “É preciso dar voz e vez para esses jovens, eles precisam de representatividade. Não adianta falar deles, mas não ouvi-los”.
Para mudar esse quadro, além das campanhas existentes, alguns encaminhamentos foram propostos durante a audiência pública, como por exemplo, encaminhar ofício ao poder Executivo Municipal para que implemente nas escolas municipais serviço de prevenção ao suicídio, além disso, promova ampla divulgação nos órgãos e locais públicos da existência do Centro de Valorização à Vida – CVV, e a disponibilidade da linha telefônica para apoio, número 188. Também foi proposto a criação de um conselho intersetorial, com reuniões bimestrais para debater sobre o assunto.
Assessoria de Imprensa/CMC, Texto de Mariza Mattos