Uma reunião na Câmara de Cascavel discutiu nesta quinta-feira (23) a situação da segurança pública na região, especialmente após a última rebelião na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel). Representantes da diretoria do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná), deputado estadual Márcio Pacheco, Charles Duvoisin (presidente da OAB), agentes penitenciários e os vereadores Policial Madril, Fernando Hallberg, Olavo Santos, Paulo Porto, Parra e Josué de Souza estabeleceram uma agenda comum de reivindicações.
“As demandas e os problemas são inúmeros, mas os dois principais pontos que devem ser priorizados neste momento pós-rebelião é a automatização da penitenciária e a capacitação de agentes para lidar com situações como esta, incluindo o uso de armas não letais”, apontaram Petruska Sviercoski e Wanderleia Leite, diretoras do Sindicato. Com a indicação de investimento de aproximadamente R$ 2 milhões na reforma, a implantação do sistema automatizado deveria começar imediatamente por Cascavel, afirmou Marcio Pacheco. Outras medidas como instalação de bloqueadores de celulares e a contratação de novos agentes – para suprir uma demanda de mais de 1.600 agentes – foram apontados como prioritárias.
Outro ponto de consenso na reunião foi a impossibilidade de que a PEC ofereça, mesmo com a reforma, oportunidade de socialização, aprendizado e trabalho para os presos e especialmente, condições mínimas de segurança para a execução do trabalho dos agentes. “Além disso, não há, da forma como está hoje, a menor chance de permitir a visita de familiares ou mesmo de advogados”, admitiu o presidente da OAB.
“O que se chamou de ‘tragédia anunciada’ foi de fato apontado diversas vezes pelos agentes e pelos próprios presos. Desde a última rebelião em 2014, nada se fez para impedir uma crise na segurança pública que colocou em risco toda a população”, declarou o Policial Madril. Para os vereadores, o governo estadual deve assumir sua responsabilidade na tragédia e realizar os investimentos necessários para evitar que novas rebeliões aconteçam.
“Como servidores públicos que se expõe diariamente para manter a segurança pública, os agentes têm nosso apoio incondicional”, declararam os vereadores Paulo Porto e Fernando Hallberg.
Os vereadores se comprometeram a enviar requerimentos às secretarias estaduais de Segurança Pública e da Fazenda nos próximos dias, além de ofícios cobrando providencias dos demais órgãos envolvidos.
Assessoria de Imprensa/CMC